...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

quinta-feira, 4 de julho de 2013

FEIRA POPULAR



Tá difícil mandar um jornal para a rua, as notícias ficam velhas num instante: sai ministro Gaspar, entra ministra Albuquerque, sai ministro Portas (sem avisar o seu partido), governo prestes a cair, Passos diz que não sai e não aceita demissão de Portas, ministros Cristas e Mota Soares colocam o lugar à disposição do partido, secretário de Estado Ávila diz que não sai, coligação vacila, coligação em restauro, Portas vai à sede do conselho de ministros, mas fica numa sala ao lado. Ufa.
 
Durante 2 anos, o partido minoritário esteve contrariado, governando contra o que pensa - ele e quem o elegeu - i.e., pôs a cabeça no cepo por um política com a qual não concordava. Esticando a corda da Lealdade, tornou pública a sua discordância, fosse no parlamento ou em conferências de imprensa - ajudando a 'borregar' a TSU e o seu sucedâneo para os reformados -, quando o seu peso na coligação foi desprezado por Passos. Como troco, umas humilhaçõezitas vindas do outro lado.
Como Portas escreveu na sua carta de demissão, a forma reiterada como as coisas são decididas no governo, à sua revelia, tornam dispensável o seu contributo - trocado por miúdos, a sua opinião não é tida em conta, em particular quanto à alforria da economia perante as finanças, e a substituição de Gaspar era o momento certo para mudar de agulha.
Ou vai, ou racha, decidiu Portas. A sua saída é irrevogável (passa a correr por fora, um fôlego para a sua sobrevivência) e a coligação só continua com um reset total, desde que o CDS sirva para mais que aritmética parlamentar.
Bem, na virtuosa (?) hipótese do governo não cair, e Portas ainda vá a tempo de voltar a ligar à tomada o ventilador deste governo em estado vegetativo, eu cá punha um detector de metais na porta da sala de reuniões ministeriais, que não parece que confiem mais uns nos outros. 
 
Só há um pormenor, além desta escalada, ou cheque-mate, ou garotice, ou..., existem pessoas, um país, uma assistência externa, uma dívida e respectivos juros (galopantes, como Portas previa há meses, caso houvesse instabilidade política).
Senhores, parem o carrossel, que a gente quer sair.   

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